No mês passado, o Dr Hideki Hyodo (CRM 75210/SP) ministrou a aula “Cetamina: mais um arsenal terapêutico no combate à DOR CRÔNICA” aos alunos do Curso de Especialização em Avaliação e Tratamento Interdisciplinar de DOR da USP. A dor crônica está presente em pelo menos 37% da população brasileira e compromete o dia a dia daqueles que sofrem desse mal. A dor não gera somente um sintoma desagradável em quem está doente, mas traz repercussões biológicas, psicológicas e sociais. Os pacientes com dor crônica muitas vezes não “visualizam” as alterações físicas além da sua dor, pois há sintomas e sinais concomitantes à dor que são: a fadiga, a irritabilidade, o estado depressivo, os distúrbios do sono, a diminuição de energia e a dificuldade de encontrar o prazer na sua vida.
Percebe-se que o manejo de dor crônica necessita contemplar todos esses aspectos para o seu êxito. Portanto, os profissionais que atuam na área de dor, além da atualização contínua, necessitam de vários arsenais terapêuticos e um dos tratamentos atuais na abordagem da dor crônica é o uso de Cetamina, uma droga desenvolvida na década de 60 e modernizada para minorar os seus efeitos inoportunos. Os pacientes que sofrem de dor crônica, tais como a fibromialgia, Síndrome Complexa da Dor regional, doenças neuropáticas (Herpes Zooster, Neuropatia Diabética) entre outras, poderão ter benefícios com o seu uso. A Cetamina (ketamina ou quetamina) é um medicamento que foi desenvolvido em 1962 para anestesia.
É um medicamento bastante utilizado na medicina moderna, e está na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde. Seu uso para o tratamento de dor crônica é pela via intravenosa e o tempo de infusão é de 30 a 40 min, onde o paciente presencia uma sensação de sonolência e relaxamento. Na grande maioria das vezes já apresenta alívio da dor generalizada na primeira sessão. Dependendo do caso há necessidade de repetir as aplicações de 1 a 2 vezes por semana, durante 4 a 5 semanas.